Toada de Patativa do Assaré gravada por Luiz Gonzaga em
30/11/1964, no LP homônimo, lançado pela RCA Victor. “A triste partida” tem 19
estrofes, 152 versos e duração de oito minutos e 53 segundos. Regravação: LP “O
Homem da Terra”, RCA, 1980, com participação especial de Gonzaguinha. “A triste
partida” foi lançada originalmente em folheto de cordel com o título “Pau de
arara do Norte”, anos 1950. O folheto grafou na época Assaré como Açaré.
A música, interpretada por Luiz Gonzaga,
entrelaçada com a poesia popular é a representação mais fiel daquilo que o
nordestino retirante sente quando é expulso do seu rincão pela seca. Só mesmo
quem viveu e vive essa triste experiência até os dias de hoje é quem pode falar
sobre a mesma, com profundo conhecimento de causa. A letra fala da saga de uma
família que, depois de perder todas as crenças, troca a seca do sertão por São
Paulo “para viver ou morrer”, mas com uma certeza: de um dia voltar. O poema
também aborda em suas entrelinhas a velha política coronelista que nunca tentou
resolver os problemas da seca, o inchaço cada vez mais das grandes capitais
pelos migrantes em "busca de uma vida melhor"; no final são
marginalizados nos grandes centros urbanos, engolidos pela modernidade que
passa distante da periferia. Não se trata de um problema apenas do Ceará ou do
Nordeste, mas diz respeito a toda a população brasileira que sofre com a longa
estiagem nos longínquos sertões deste torrão natal, mas que apesar de
apresentar tantas dificuldades, para os verdadeiros filhos do sertão não há
outro lugar igual.
Curiosidade da letra: Para ter condições financeiras de viajar para São Paulo, o autor “vende o
burro, o jumento, o cavalo e o galo”.
Fonte: http://professorniobarbosa.blogspot.com.br/2011/03/analise-critica-sobre-vida-e-obra-de.html
http://patativadoassare.com/4884/
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